terça-feira, 18 de junho de 2013

Quem roubou nossa coragem?

  De uns tempos pra cá,tenho analisado seriamente as letras de cada música "sensação" e,quanto mais observo,mais  me decepciono...
  As letras não tem fundamento!Onde estão os significados de "tche tche rerê","parapapá","tchu tcha tcha"?
  Aí depois dizem que as crianças não são mais as mesmas,mas também,é uma geração carente de música boa,música com algum fundamento,pois não tem acesso a "preciosidades" como;Legião Urbana,Elis Regina,Paralamas do Sucesso,Titãs,O Teatro Mágico,Racionais Mc's,Tihuana e entre outros magníficos...
  Lembro num final de ano,estar montando a árvore de Natal com a minha família ao som de Pitty!Já meus primos,com a mesma idade,cantando funk,dizendo algo vulgar e desnecessário à sua idade...
  Não critico o funk,pois sertanejo hoje em dia também está uma coisa,ó...maravilhosa!
  As letras mudaram de:
"Olha que coisa mais linda,mais cheia de graça,é a menina que vem e que passa..."
  Para:
"Ela corre na areia da praia e bate com o bumbum na água..."
  Onde foi parar o respeito e delicadeza?A mulher reivindicou tanto seus direitos pra isso?E o pior,ainda sentem orgulho de ser a "tal"...
  Então perguntam se o mundo está ruim,e eu lhes digo que está apenas mal frequentado...
  Também acho que música/poema não tem validade pra ser classificado como velho,ou que MPB é música de gente velha.Hello,se toca!
  As crianças desta geração (não me excluo) preciso de mais fontes!Minha mãe como professora faz sua parte,levando músicas para serem analisadas.
  Não use desculpas,pois conheço uma coisa pra se estudar gramática:
"Estar entre vírgulas pode ser aposto,mas eu aposto o oposto,cativarei a todos sendo apenas um sujeito simples (...)"
  História:
"Quem me dera ao menos uma vez ter de volta todo o ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade,se alguém levasse embora até o que eu não tinha (...)"
  O mundo pode mudar,mas todos precisam tentar,não basta um querer.Porque podemos estar aprendendo o que é certo com a pessoa errada.
  Nossas vidas tem se resumido à isso:
"Já estou cheio de me sentir vazio,
Meu corpo é quente e estou sentindo frio,
Todo mundo sabe,
Ninguém quer mais saber,
Afinal amar ao próximo é tão demodê!"
  Vamos sair dessa mesmice!
  Vamos viver esse dia como se fosse o último!
  Vamos fazer careta e rir depois!
  Vamos deixar o orgulho de lado e pedir desculpas a quem magoamos!
  Pois:
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã,porque se você parar pra pensar,na verdade não há!"

-Amanda Duarte

segunda-feira, 3 de junho de 2013

"O rouge virou blush. O pó-de-arroz virou pó-compacto. O brilho virou gloss. O rímel virou máscara incolor. A Lycra virou stretch. Anabela virou plataforma. O corpete virou porta-seios. Que virou sutiã. Que virou silicone. A peruca virou aplique… interlace… megahair… alongamento. A escova virou chapinha. ‘Problemas de moça’ viraram TPM. Confete virou MMs. A crise de nervos virou estresse. A purpurina virou gliter. A tanga virou fio dental. E o fio dental virou anti-séptico bucal. Ninguém mais vê: O à-la-carte porque virou self-service. A tristeza agora é depressão. O espaguete virou miojo pronto. A paquera virou pegação. A gafieira virou dança de salão. O que era praça virou shopping. A areia virou ringue. O LP virou CD. A fita de vídeo é DVD. O CD já é MP3. É um filho onde eram seis. O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail. O namoro agora é virtual. A cantada virou torpedo. E do ‘não’ não se tem medo. O break virou street. O samba, pagode. O carnaval de rua virou Sapucaí. O folclore brasileiro, halloween. O piano agora é teclado, também. O forró de sanfona ficou eletrônico. Fortificante não é mais Biotônico. Polícia e ladrão virou Counter Strike. Fauna e flora a desaparecer. Lobato virou Paulo Coelho. Caetano virou um pentelho. Elis ressuscitou em Maria Rita. Raul e Renato. Cássia e Cazuza. Lennon e Elvis. A AIDS virou gripe. A bala antes encontrada agora é perdida. A violência está maldita. A maconha é calmante. O professor é agora o facilitador. As lições já não importam mais. A guerra superou a paz. E a sociedade ficou incapaz. De tudo. Inclusive de notar essas diferenças." 
                                                      (Luís Fernando Verissímo)